O PIB catarinense foi de R$ 48.159,24 com crescimento de 6,7% em relação ao ano anterior.
Com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 349,3 bilhões em 2020, Santa Catarina aumentou a participação do Estado diante da economia nacional, de 4,4% para 4,6%, no comparativo entre 2019 e 2020. O PIB de 2020 foi apresentado oficialmente nesta quarta-feira, 16, pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável em conjunto com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE), juntamente com os resultados dos demais estados brasileiros.
O economista da SDE, Paulo Zoldan, responsável pela elaboração do estudo em Santa Catarina, lembra que o ano de 2020 foi marcado por uma forte retração da economia brasileira frente aos efeitos desastrosos da pandemia que atingiu a todos. “O PIB de Santa Catarina teve uma retração em volume de -2,86% naquele ano. O PIB Brasileiro teve uma queda maior em 2020, de -3,3%. Com isso, apesar dessa redução do crescimento, a participação do Estado na economia nacional aumentou”, destaca.
Segundo os dados apresentados, na série ampliada, iniciada em 2002, SC está entre os estados que mais ganhou participação no PIB brasileiro. Em 2002, participava com 3,7% do total, ganhando, portanto, 0,9 ponto percentual no período até 2020, ficando com 4,6%. Apenas avançaram acima desse patamar o Pará, que passou de 1,8% de participação em 2002 para 2,8% em 2020 e o Mato Grosso, que passou de 1,3% para 2,3% no período. Entre os estados do Sul e Sudeste, portanto, SC teve o maior ganho de participação.
A economia catarinense se manteve como a sexta maior do País, atrás de SP, RJ, MG, PR e RS. Em 2002, SC foi a sétima economia, quando além desses estados, o PIB da Bahia superava o catarinense.
O PIB per capita de Santa Catarina em 2020 era de R$ 48.159,2, 34% acima do brasileiro, de R$ 35.935,7. Em 2002, este dado representava 15,5% a mais que o brasileiro. Em 2020, Santa Catarina se manteve com o quarto maior per capita do Brasil, atrás do Distrito Federal (R$ 87.016,2); São Paulo (R$ 51.364,7) e Mato Grosso (R$ 50.663,2).
O Rio de Janeiro, que tradicionalmente ocupava a terceira posição, caiu para a sexta posição, superado pelo DF, SP, MT, SC e MS. Os dois estados do Centro Oeste tiveram um desempenho acima da média em 2020, já que são grandes produtores agropecuários e conseguiram manter e ampliar sua produção na fase mais crítica da pandemia, enquanto os estados mais industrializados e de serviços tiveram maior retração.
O setor de serviços participou com 66,3% da economia de Santa Catarina, sendo, portanto, o grupo de atividades econômicas de maior peso na economia do estado, apesar da perda de 1,5p.p. em relação a 2019 (67,8%). Entre as atividades de serviços, o comércio manteve a maior participação, com 16,9% do total, seguido por administração pública (administração, educação e saúde pública, defesa e seguridade social), com 13% e atividades imobiliárias, 10,2%.
Setor de Serviços tem maior fatia
Em termos de volume, a variação dos serviços foi de -1,7%, entre 2019 e 2020, para o qual contribuíram as atividades de administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social (-4,9%), alojamento e alimentação (-25,3%) e transporte, armazenagem e correio (-10,1%).
Em contrapartida, algumas das atividades de Serviços registraram crescimento em volume em 2020, atenuando a queda deste grupo, foram elas: comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (2,3%); Atividades imobiliárias (2,7%); Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (5,4%); Atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas e serviços complementares (3,0%) e Informação e comunicação (3,5%).
Segmentos em destaques
Entre os segmentos de Santa Catarina que vêm ganhando participação na economia nacional, destacam-se os serviços de alojamento e alimentação, que em 2010 participava com 3,2% do total do segmento e em 2020 participou com 5%, o maior ganho de participação entre os maiores segmentos.
Em seguida, os serviços de informação e comunicação que passou de 2,5% para 4,2% no mesmo período; os transportes e armazenagem, que passou de 3,7% para 4,8%; o comércio, que passou de 4,8% do total nacional, para 5,9%, a indústria de transformação, que passou de 5,9% para 7%; a construção civil, que passou de 4,5% para 5,1% e a pecuária, que passou de 6,6% para 7,2%.
Agropecuária
A agropecuária representou 6,7% do valor adicionado bruto do Estado em 2020 (5,7% em 2019) e a variação em volume verificada neste grupo foi de 1,8%, que contou com impulso da pecuária que apresentou variação de 3,0%, justificado pelos segmentos de criação de bovinos, suínos e aves. Entre as demais atividades, a agricultura cresceu 0,9% e a produção florestal, pesca e aquicultura 1,6% em 2020, na comparação com o ano anterior.
Indústria
A indústria catarinense representou 27% do valor adicionado bruto, sendo que a indústria de transformação retratou 19,6% do total produzido. A construção civil 4,7% e os serviços industriais de utilidade pública, 2,4%.
A indústria total apresentou uma queda em volume de 5,6% entre 2019 e 2020. A maior retração ocorreu nas indústrias de transformação, atividade de maior participação na economia catarinense, cuja variação foi de -6,5%, em relação ao ano anterior. A queda em volume de indústrias de transformação foi marcada pelos segmentos de fabricação de produtos alimentícios, confecção de artigos de vestuário e acessórios, metalurgia, fabricação de produtos de metal e fabricação de peças e acessórios para veículos automotores.
Já as indústrias extrativas a variação foi de -5,9%, em eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduo e descontaminação, de -3,4%, e em construção, de -2,7%.
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Fonte: jornalrazao.com. Foto: retorque.com.br